Wednesday, March 19, 2008

HPV - Trike

Começando pelo fim... algumas fotos do resultado. Quatro meses de trabalho, de análise, muitos retornos ao passo anterior, muitos testes, muita pesquisa, e, last but not least, aprender a trabalhar com aço - soldar com arco eléctrico e usar uma rectificadora.
















Um "triciclo" (trike ou trikke) a pedal, recumbent (posição deitada), tadpole (duas rodas frontais e uma traseira, configuração também conhecida como "delta invertido" - delta é a configuração com duas rodas traseiras e uma dianteira). Os termos anglófonos serão sempre uma constante, dado que na fonte foi assim que os aprendi... Ainda não tenho a tradução para Português de grande parte deles... Caster, Ackermann, Toe, Camber... Mas está tudo na Wikipedia.

















O resultado final não é profissional nem pretendia sê-lo. É funcional no sentido em que cumpre os objectivos iniciais. Faltam ainda algumas afinações, falta o selector de mudanças na pedaleira, falta poder regular a posição do assento, e falta um selector de 8 velocidades para a roda traseira (aquele carreto maior faz uma falta danada em subidas)...

















Os ângulos do eixo dianteiro estarão eventualmente um pouco exagerados, o que dá esta magnífica geometria em curva. Não tenho termos de comparação com veículos semelhantes, até porque penso que este será (ao que sei) o segundo a ter sido construído em Portugal, e nunca consegui deitar a mão a nenhum. A comparação é entre a minha percepção e o que entendo da percepção dos outros...
Quanto ao comportamento, até agora cinco estrelas; os 20 quilinhos custam a arrastar (são mais seis do que uma BTT "standard" em Alumínio) e a pedaleira é de estrada - tem mais dez dentes do que a correspondente "standard" de uma BTT, e a menor tem muito menos desmultiplicação. O arranque é sempre mais lento, parece-me, mas depois de embalado torna-se bastante fácil aplicar uma força considerável à pedaleira, e atingir velocidades (aparentemente) consideráveis.
















A afinação da direcção é muito boa, a compensação (geometria?) de Ackermann funciona correctamente em todos os ângulos de viragem, a tendência para corrigir em frente é notória, a direcção é razoávelmente precisa e firme em terrenos acidentados (digo razoávelmente porque não tenho termo de comparação, logo a percepção será sempre algo ambígua). O metro (bem medido) de largura de roda a roda, associado aos cerca de dez centímetros de altura ao solo (medido labaixo do assento) conferem-lhe uma estabilidade impressionante, mesmo em curvas mais acentuadas.

Importante: ainda não está terminado. Faltam coisas essenciais, muito essenciais: luzes, reflectores e uma bandeirola (não se riam, é assim mesmo). Ao contrário de uma bicicleta "standard", em que vamos a uma altura que nos torna facilmente visíveis aos olhos dos condutores de outras viaturas, aqui vamos no máximo ao nível do puxador da porta de um automóvel famíliar. Como a segurança vem acima de tudo...

Friday, March 14, 2008

HPV

A sigla significa apenas "Human Powered Vehicles", o link aponta para o site da International Human Powered Vehicles Association. Interessantíssimo e um excelente ponto de partida para um ponto de vista diferente sobre assuntos que nos tocam a todos nós, com o toque de exuberância típico de tudo aquilo que ainda não entrou no mundo da massificação. Talvez porque não existam standards, talvez porque apenas se aplique a máxima de que "o Homem é a medida de todas as coisas". Só que aqui pela positiva.