Something completely different. Vamos chamar-lhe... Não sei bem o que lhe possa chamar, mas a designação correcta é (do Inglês)... Long Wheel Base recumbent byke (LWB). Mais: Under Seat Stearing (USS). A primeira designação vem não do comprimento (2,4 mts) mas do facto de ter o eixo da direcção à frente da pedaleira. A segunda designação vem do guiador, localizado exactamente por baixo do assento - não é um selim, é um assento mesmo. No Brasil traduz-se "recumbent" para "reclinada". Não sei se o termo será o mais correcto, assumo que seja sim... Esta é muito possívelmente a primeira do género feita em Portugal. Tanto quanto sei, claro. Isto não é um concurso, é apenas para dar uma idéia da singularidade da coisa. Tal como esta aqui - uma SWB (Short Wheel Base), Over Seat Steering (OSS) - porque tem o guiador acima do assento, e também qualificada de High Racer (o High entendo, o racer...)...terá sido eventualmente pioneira em Portugal, ao passo que aqui, uma coisinha conhecida como Tadpole Trike (duas rodas à frente, por oposição aos que têm duas rodas atrás, designados por Delta Trikes não foi de todo a primeira a nascer cá na terrinha. Ainda assim num País em que a bicicleta não tem de todo a relevância que merece, os números destes exemplares (únicos) são tão diminutos que fazem deles seres absolutamente exóticos e dignos de de nota.
O facto de já ter construído/modificado outros exemplares antes foi uma mais-valia inestimável - quer no processo de fabrico, quer na percepção atempada dos pontos fracos do projecto. Não tem um ar "profissional", mas eu também não sou profissional do ramo... A mim serve-me para já. Os materiais utilizados... uma bicicleta do género das bike tour (canibalizadíssima) e tubo de aço de secção quadrada de 35 mm com paredes de 1 mm. Ainda não sei o peso, mas andará seguramente mais próximo dos 20Kg do que dos 10 Kg. Um dia com mais tempo faço um descritivo mais detalhado.
A razão pela qual quis construir esta menina: a) o resultado das experiencias anteriores não me convenceu, e b) esta foi exactamente a primeira bicicleta que quis construir - mas depois acabei por me decidir por algo mais complexo... em relação ao ponto a) senti-me algo insatisfeito quanto aos resultados práticos: o trike era demasiado baixo para andar com segurança nas estradas, a outra bicicleta que tinha canibalizado era demasiado alta para ser confortável nos arranques (principalmente em subida). Ou seja, necessitava de algo intermédio, e surgiu isto.
Após algumas voltinhas pela vizinhança, ficam-me as segintes sensações:
-Pode vir a ser uma coisinha muuuuito rápida. Apesar do peso sim, afinal tem a vantagem da aerodinâmica - mas como dizem os americanos, nestas coisas "miles come before speed".;
-Não é por aí além de manobrável. Muito comprida, assemelha-se mais a um camião articulado com reboque... creio que se desenrascará bastante bem em estradões de terra batida e trilhos largos, mas o elemento natural desta bixinha continua a ser o asfalto;
-Apesar de ainda necessitar de algumas afinações - nomeadamente corrente e travões, a sensação que transmite é a de uma travagem bastante firme, muito controlada e eficaz. Em grande parte - diria eu - por causa do relativamente baixo centro de gravidade.
-Top gun: é brutalmente confortável. Quando digo confortável não estou a falar em termos comparativos com uma bicicleta de cidade com um selim monstruoso artilhado com gel, estou a falar de uma poltrona com rodas. Esse é o termo da comparação. É uma poltrona com rodas.
Em relação ao sistema de direcção, revelou-se muito eficaz, muito directo e muitíssimo confortável. É para isso que serve, aliás, o guiador debaixo do assento: para ser muitíssimo confortável.
A condução/pilotagem/whatever: exige alguma habituação. A enorme distância entre rodas torna-a menos imediata na resposta, tornando o equilíbrio em baixas velocidades um tudo-nada complicado, mas assim que atinge o ponto em que a geometria começa a operar de per si torna-se um mimo. É, tal como disse, uma questão de hábito.
Uma nota final: como seria de esperar, uma coisa destas com quase dois metros e meio de comprimento não é prática. Não se arruma em qualquer sítio, não passa em corredores estreitos e em L, exige algum espaço. É a concessão a fazer por tudo o resto.
Ficam duas singelas fotos. Dá para ter uma idéia do que estou a falar.
4 comments:
Em termos de LWB com USS é a primeira que eu ouvi falar, mas em 2006 foi feita uma com OSS.
Na minha foto podes ver o passeio inaugural.
Tal como referes o assento é isso mesmo, no caso da minha (feita pelo meu cunhado, que eu sou bom é com teclas não com ferramentas) é mesmo uma cadeira à qual se cortaram as pernas :D
A propósito, parabéns pelo blog, acho que vou por cá aparecer mais vezes...
Bem...espectacular! Muito bom mesmo! é uma EZ clone? E que tal a experiencia?
Eu vou ter que fazer algumas alterações à direcção... e ainda estou a ponderar se não passo mesmo para OSS, dado que o que pretendo fazer estará seguramente limitado pelo quadro... a ver.
E já agora, bem vindo!
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